segunda-feira, 8 de novembro de 2010

BEM-VINDA AO PASSADO

Regresso aos dias em que renasci
Declaro ao meu presente que fui feliz nesta viagem
Mas não o quero mais…
Como poderia querer se sinto a tua falta? Ou a minha?
Se já não sinto esperança de retorno deste amor, só dor
Como me posso dizer que não te devo querer?
Com o coração despedaçado só quero me perder no passado
Onde não há dúvidas, só ilusão sem desilusão
O teu cheiro tão presente, pormenores de um amor a um
Já não sinto frio, memórias tão reais
Almas próximas mas não sei onde estás ou se estás
E impotente não consigo interferir no passado
Dizem-me que não existe, deixaste-me nele ao desalento
Neste estado de apatia torno-me no desejo de um novo dia,
Procuro-te no futuro, baralho de opções
Destino incerto e irreal, ambos temos em comum
Desespero neste amor acabado, não encontro a saída
Esta falta de ar, desvairada emoção, abismo sem volta
Pesadelo esta necessidade infindável de te ver
Obrigas-me a um presente onde apenas existo sem ti
Procuro um coração este já não tem reparo
Já não pulsa, já não sente de tão maltratado